Segundo Onofre Ribeiro, para o
cuiabano, os outros nomes que concorrem à Prefeitura não representam uma
esperança
RAMON MONTEAGUDO E YURI RAMIRES
DA REDAÇÃO
Prefeitura
de Cuiabá. Em sua visão, são todos "freelancers" em uma campanha na
qual O jornalista e articulista político Onofre Ribeiro não poupa críticas aos
candidatos à ninguém se envolve.
Sobre a
boa posição do Procurador Mauro (PSOL) nas pesquisas, Ribeiro acredita que os
eleitores estão "sem bússola".
“O
Procurador Mauro tem o que de diferente dos outros? Ele não tem desgaste,
embora não tenha nenhum conteúdo. Ruim por ruim, o eleitor prefere arriscar”,
diz.
Para
Ribeiro, o pleito eleitoral de 2016 está sendo diferente em razão do desgaste
da classe política. E, por isso, o que é visto como “novo” está atraindo o
eleitorado, que prefere "pagar para ver".
Na entrevista que deu esta semana ao MidiaNews, ele afirmou que o
não-conteúdo do Procurador Mauro acabou se tornando um conteúdo. A entrevista
foi dada na quarta-feira (21), antes da divulgação da Voice Pesquisa,
que já mostrava Emanuel Pinheiro (PMDB) numericamente à frente dos adversários.
Ribeiro
adverte ainda que, em Cuiabá, quatro anos “perdidos”, no caso de uma escolha
errada, podem ser o mesmo que 20. E convida aos eleitores para uma reflexão
sobre o voto consciente.
Confira os principais trechos da entrevista:
MidiaNews – Diante da insatisfação brasileira com a classe política, em
Cuiabá fala-se muito que o voto no Procurador Mauro é um voto de protesto. Mas
só isso é suficiente para explicar seus expressivos números nas pesquisas?
Onofre Ribeiro – O voto dele é o voto dos eleitores sem bússola. Se considerarmos que,
em 2005, a esquerda sofreu uma morte prematura com o caso do Mensalão, quando o
PT se mostrou igual aos demais partidos – ou até pior –, houve agora, em 2016,
uma destruição da política que conhecíamos.
O PT, que
surgiu na época como uma esperança, que nasceu na época das Diretas Já,
desmontou. A gente sempre teve a leitura que a política funcionava de uma
maneira. Agora não tem mais.
Não só os
políticos que perderam o rumo, a forma de se guiar. Os eleitores também
perderam a bússola.
O
Procurador Mauro tem o que de diferente dos outros? Ele não tem desgaste,
embora não tenha nenhum conteúdo. Ruim por ruim, o eleitor prefere arriscar.
MidiaNews – Esse sentimento é tão forte ao ponto de gerar uma
"cegueira" no eleitor, que pretende votar em um candidato que não tem
consistência?
Onofre Ribeiro – O Procurador Mauro, que não tem conteúdo, deveria ser confrontado com
pessoas de conteúdo, mas não foi isso que aconteceu. A falta de conteúdo dele
acabou virando conteúdo.
Isso
significa que ele não tem história pregressa, sem manchas. Se ele for para o
segundo turno, vai ser muito confortável.
MidiaNews – Então o senhor acha que ele vai pro segundo turno?
Onofre Ribeiro – Vai. Não tem como não ir. O que desconstruiria ele é a proposição de
novas e efetivas propostas, mas os propositores deveriam ter credibilidade para
isso, mas não têm.
Então,
ele vai chegar solidamente ao segundo turno e vai se confrontar com um político
profissional.
Aí eu não
posso imaginar que o Emanuel Pinheiro [PMDB] ou Wilson Santos [PSDB] vão chegar
lá tão inocentes e com seus marqueteiros tão incompetentes ao ponto de não
perceberem que eles precisam produzir uma vacina de neutralização do Procurador
Mauro. Ou seja, produzindo conteúdo.
Ou Wilson
e Emanuel arranjam conteúdo para confrontá-lo, ou ele vai ganhar. Os eleitores
querem propostas, de racionalidade, e isso não houve nessa eleição. Ele vai
voar até o final.
MidiaNews – Será que o eleitor até agora não analisou, com senso
crítico, o risco grande de eleger uma pessoa com o perfil do Procurador Mauro –
não a pessoa dele, mas as ideias de seu partido, o PSOL?
Onofre Ribeiro – O eleitor da classe C, D e E está com o Procurador. Essas classes não
racionalizam os problemas e agem sim na base da esperança. As propostas do
Wilson e do Emanuel não trouxeram essa esperança aos eleitores. Não há nada de
novo.
A
população está com a ideia de que o político é ruim. A maioria não está olhando
por esse lado, pensando em uma boa ou má gestão. Eles estão pagando para ver.
Querem mudança.
Por
exemplo, a Europa está mudando, a esquerda está caindo e a União Europeia se
desestruturando.
Nos
Estados Unidos, o empresário Donald Trump está desconstruindo a política. Por
que em Cuiabá seria diferente?
MidiaNews – Mas, nesses casos citados, há um forte grupo por trás que
têm consistência, não acha?
Onofre Ribeiro – Mas onde estão os grupos aqui? Wilson não tem grupo e o Emanuel também
não. Eles têm aliados e não construíram um grupo, pois as candidaturas foram
improvisadas. Em Mato Grosso não tem mais grupo para dar proteção.
Temos
dois franco-atiradores e seus aliados de momento, tentando chegar lá.
MidiaNews – Esse “pagar para ver” do eleitor que
vai votar no Procurador Mauro representa algum risco?
Onofre Ribeiro – Risco total. Mas,
no subconsciente do eleitor, que representa a maioria, ele está pagando para
ver porque não tem nenhuma noção do que não vai funcionar. O Procurador Mauro
falta com projetos, com conteúdo e até mesmo ideologia.
Então, a sociedade está nesse desejo inconsciente
de mudança política. Que se ficar ruim, eles pagam para ver e mais para frente
corrigem, já que os outros candidatos não representam a esperança deles.
Essa é uma eleição completamente louca e sem
bússola.
MidiaNews – Tirando a questão analítica dos
candidatos e olhando para o processo como um fenômeno, o senhor acha positiva a
postura do eleitorado?
Onofre Ribeiro – Isso tem nome, é
psicanálise coletiva. Os eleitores estão olhando para dentro, apostando em
mudanças, em mudar o comportamento e criar algo novo. O eleitor quer se
conhecer.
Tivemos, nos últimos anos, o furacão Dilma
[Rousseff], [Eduardo] Cunha, Lula e todo o desgaste do meio político, que gerou
uma tempestade na cabeça das pessoas. Elas não querem se agarrar com o que está
lá atrás, e sim com o que vem por aí, como é o caso do Procurador Mauro.
Ele pode ganhar a eleição sentado na cadeira, já
que nunca deixou claros seus pensamentos, nunca foi para valer em um debate.
Não sabemos nem o que ele pensa, por exemplo, sobre o impeachment, crise,
desemprego. Ele nunca deu uma palavra.
O Procurador Mauro sentou em uma cadeira de
balanço, ao bom estilo cuiabano antigo, e está vendo a vida passar na sua
frente. E ela está passando a favor dele.
Agora, no íntimo, eu aposto que ele não quer
ganhar. Ele não tem equipe, não tem ideias, não tem conhecimento. Ele é um
candidato profissional, está na sexta disputa, não está aí para ganhar.
[A vitória do Procurador] Vai ser um problema para
ele e para a sociedade.
MidiaNews – Acredita que nenhum dos candidatos que
estão aí se preparou através de uma análise para entender e saber se projetar
na eleição?
Onofre Ribeiro – Todos os
candidatos, com exceção do Julier Sebastião (PDT) e o Renato Santana (Rede) –
que são franco-atiradores -, estão habituados a lidar com grupo político, seja
ele de pensamento, financeiro e de retaguarda política. Então, como não tem
mais grupos, acabam atuando como franco-atiradores também. E pior que o
Procurador Mauro.
Quando o prefeito Mauro Mendes (PSB) desistiu, o
deputado Emanuel Pinheiro viu uma brecha para disputar e entrou. Assim como foi
com o também deputado Wilson Santos. Só que esse foi na base do pacto forçado.
O governador Pedro Taques teve que assumir a
campanha do Wilson, mas e a do Emanuel, quem assumiu? Ninguém. A inconsistência
gerou essa situação política que temos aqui.
No fundo, falamos sobre o fim da política
tradicional em Mato Grosso. Hoje, em Cuiabá, temos cinco candidatos
"freelancers" e um deles será eleito.
MidiaNews – O senhor falou que não existe grupo no
sentido coeso e orgânico. Mas, por trás, vemos com o Wilson, por exemplo,
grandes lideranças. Tem o governador Pedro Taques, o presidente da Assembleia
Legislativa, Guilherme Maluf, e até, de forma mais velada, o prefeito Mauro
Mendes. Esse grupo não é forte o suficiente?
Onofre Ribeiro – Pois é. Mas a
inconsistência do PSDB em Mato Grosso é dolorosa. Não é um partido, é um
ajuntamento, apesar da história. Emanuel Pinheiro vêm trocando de partido
sempre. Até ontem ele era do PR.
O PMDB, onde ele está agora, não o assumiu como
candidato. Ele é candidato da sigla, mas não é o candidato do Carlos Bezerra,
por exemplo.
A mesma coisa acontece com o Wilson. Veja bem: o
governador Pedro Taques tem seus limites, o Maluf também. O que temos hoje é
uma candidatura na qual ninguém se envolve. Não tem consistência
político-partidária.
Na primeira eleição de prefeito em Cuiabá,
pós-ditadura, em 1985, Dante de Oliveira tinha um grupo muito orgânico. Vinha
sendo apresentado e defendido pelo partido. Júlio Campos, que defendia a
candidatura do Gabriel Novis Neves, saía de porta em porta apresentando o
candidato. Tinha todo o partido trabalhando junto, como uma torcida organizada.
Hoje o que temos são os "freelancers". Ou
seja, ninguém se envolve.
MidiaNews – Pensando nessa linha, Mauro Mendes
colocou todo mundo em uma cilada, né?
Onofre Ribeiro – Sim. Mauro Mendes
pode ou não ter percebido que hoje ele é, ao lado do ministro Blairo Maggi e do
governado Pedro Taques, uma das três lideranças orgânicas de Mato Grosso.
Percebendo isso, Mauro pode ter optado em não
entrar nessa eleição em meio à crise.
Sabemos que o candidato que for eleito vai sofrer
com as críticas da sociedade, com a forte crise financeira e até mesmo o
endurecimento da burocracia, que agora está mais controladora.
Sabendo disso, ele tirou o corpo fora. O pecado foi
ter deixado para avisar em cima da hora. Não foi dE propósito. Ele foi vendo
até onde podia ir.
Mauro, ao lado de Blairo e Taques, vai assistir o
que acontece. E todos eles vão se organizando, se movimentando rumo a 2018. O
Blairo, por exemplo, sonha com o Governo Federal ou o retorno ao Senado. Já
Mendes com o que cair no colo dele.
MidiaNews – Há uma tese de que Mauro Mendes fez isso de caso pensado,
para colocar o governador Pedro Taques em uma saia justa, enfraquecendo seu
grupo. Com isso, ele voltaria forte em 2018. O que acha?
Onofre Ribeiro – Apesar de isso vir acontecendo como uma consequência, a tese de caso
pensado é teoria da conspiração. Não creio que ele teria feito isso. Blairo
iria intervir.
Se fosse
para Blairo romper para atender um projeto de Governo em 2018, Mauro teria
anunciado antes que ele não iria para a reeleição. Mas ele foi segurando o
anúncio, como é do perfil dele, até esgotar a possibilidade.
Só não
foi de caso pensado, apesar de a situação estar passando a imagem de que sim.
Agora, ele fica de fora da política em um momento de desordem.
Se Taques
for derrotado, assim como os outros líderes, eles precisam se reinventar no
futuro.
MidiaNews – Caso Wilson perca - e o governador, por consequência -, isso
pode significar o começo do fim da parceria entre Pedro Taques e Mauro Mendes?
Onofre Ribeiro – Ah, isso é inevitável. Mauro sempre foi mais Blairo que Taques. Ele se
aproximou do governador em 2010, mas antes era só Blairo, que queria que ele
saísse como governador.
Blairo
queria que Mauro fosse candidato ao Governo, mas ele não quis, não queria ficar
sob tutela do senador. Aí rolou uma rixa e Silval Barbosa acabou se elegendo.
Quando
Mauro concorreu para prefeito de Cuiabá, os dois voltaram a se aproximar.
Agora,
como é que fica o Pedro Taques nessa história? Ele vai ter que investir em um
bom Governo para compensar o desgaste da perda.
MidiaNews – Acha então que Pedro Taques pode ter dado um tiro no pé
escolhendo Wilson como candidato, partindo do princípio de que ele sabia da
rejeição e do desgaste dos eleitores com Wilson?
Onofre Ribeiro – Ele não podia deixar de ter um candidato na Capital pela densidade do
colégio eleitoral que Cuiabá e a Baixada representam.
Mauro
deixou para anunciar sua saída no último minuto. Taques tentou lançar o
deputado federal Fábio Garcia e o ex-secretário Gilberto Figueiredo, o que não
deu certo.
Sobrou
para o Wilson Santos, que já havia mostrado lealdade ao Governo no desgaste causado
pela discussão da Reposição Geral Anual (RGA). Então, era ele ou nada.
Taques
assumiu os riscos da rota de voo e está correndo um risco. Então, é um risco
calculado. Pela falta de opções, você cai em um quadro sem grupo, sem
liderança, sem novidades.
MidiaNews – O governador foi beneficiado pela situação de novidade na
eleição de 2010 e 2014. Seu discurso de moralidade e ética também o ajudou.
Taques não é mais o novo?
Onofre Ribeiro – Não. Para a população ele não é mais novo. O cargo executivo gera
desgaste rapidamente. Sendo assim, ele já está no rol dos políticos e não é
mais novo.
O
inconsciente dos eleitores quer o novo, o renovado. O candidato limpo e puro
para assumir um cargo.
Taques
alimentou muitas crises políticas, então, em 2018, ele vai precisar arranjar um
discurso novo, pois moralidade e que vai mandar prender já não convencem mais.
O eleitor
quer discurso de esperança. Ética e moralidade não são esperança. Isso serviu
para aquele momento - e só. Se bem que ele tem dificuldades de mudar o
discurso.
MidiaNews – Sobre essa dificuldade, acha que ele já percebeu isso?
Onofre Ribeiro – Não, não percebeu. Ele é muito autossuficiente. Ele pensa que, por ter
uma formação intelectual muito boa, se considera suficiente dentro do “eu me
basto” e não ouve mais ninguém.
O
governador cria as crises e não tem "feedback" do que criou. Ele vai
se retroalimentando com informações que não passaram pelo crivo da opinião
pública.
Ele tem a
síndrome do falar, não do ouvir. E, para 2018, ele vai ter que se reinventar. É
outro período e, em um ano, muita coisa muda.
MidiaNews – De forma crítica, o senhor explanou a eventual eleição do
Procurador Mauro. O que projeta no caso da eleição do Emanuel Pinheiro?
Onofre Ribeiro – A eleição do Emanuel, que é a mais provável, vai repetir com muita
semelhança o que fez Bezerra em 1986 e o Silval Barbosa em 2010. Bezerra era
uma esperança da esquerda na época. Chegou ao Governo com a sede de mudança.
Dois anos depois, nem aparecia mais no Palácio. Ele renunciou para ser senador
e quase saiu de cena.
Silval
era uma prótese de Blairo e o Emanuel vai ser uma prótese do Bezerra. Quem é o
PMDB? O PMDB não é mais partido, é um ajuntamento.
MidiaNews – Dizer que o Emanuel é uma prótese do Bezerra significa o
quê?
Onofre Ribeiro – Na prática, significa que ele vai fazer um Governo sem rumo, sem
bússola. A campanha dele não tem propósitos, não tem filosofia – que existe
para explicar as coisas. Ele precisa ter motivos, mas não tem.
Emanuel e
sua equipe construíram um conteúdo para o momento. Agora, saber quem é o
eleitor, o que ele quer, eles não sabem. Aliás, ninguém se preocupou em fazer
uma pesquisa para conhecer o eleitor de Cuiabá.
A
pesquisa é muito importante, não só para uma eleição, mas para conhecer a
cidade, que vai além de buracos na rua e praças sujas ou não. Qual é o alter
ego da cidade? São 415 mil pessoas. Como você lida com quem você não conhece?
Não dá
para administrar de forma intuitiva. A Cuiabá que elegeu Mauro Mendes já não é
a mesma. Então, os novos vão dirigir a cidade sem conhecer, nem nós mesmos
conhecemos.
Cuiabá
está muito importante, já que o interior está progredindo dentro do agronegócio
e no setor alimentício. A Capital é dinâmica e está se mexendo muito, mas
ninguém sabe disso.
Como
vamos para uma eleição sem saber qual é a filosofia da cidade? No caso do
Procurador Mauro, ele aparece sem filosofias, mas não promete nada.
MidiaNews – Mas o Emanuel começa a crescer, se projetando de forma
expressiva nas pesquisas, não acha?
Onofre Ribeiro – Ele cresce em cima da rejeição do Wilson Santos, que está com esse
desgaste por ter deixado a prefeitura em 2010 para concorrer ao Governo. Ele
não ganhou, não recuperou a cidade e deixou a administração na mão do Chico
Galindo, que fez muita bobagem, como a venda da Sanecap, uma série de asfalto
horríveis no programa Poeira Zero e o envolvimento com a Construtora Delta, do
Carlinhos Cachoeira.
A
sociedade não perdoou. Wilson não está sendo punido pela gestão que fez, e sim
pelo que não fez.
Já
Emanuel não tem trabalhado para crescer, ele não tem o conteúdo exigido. Ele
vem crescendo na rejeição de Wilson.
MidiaNews – Falando no Wilson, o que podemos esperar de uma possível
eleição?
Onofre Ribeiro – Olha, vou responder com o exemplo do Carlos Bezerra. Era prefeito de
Rondonópolis, fez e aconteceu na cidade, a melhorou bastante. Daí foi para o
Governo, terminou o mandato sem rumo e derrotado.
Wilson
iria para um terceiro mandato. Talvez ele não tenha internalizado o desejo de
voltar como prefeito. Ele é candidato. A rejeição o puxou para trás.
MidiaNews - O Wilson Santos fala que está maduro, pede perdão por ter
abandonado a administração e que tem o respaldo e apoio do governador. Acha que
isso não daria uma condição favorável para ele fazer uma boa gestão?
Onofre Ribeiro – Bom, primeiro ele precisa ganhar. Se bem que a sociologia nunca viu com
bons olhos a volta de um líder. Na ausência dele, a sociedade caminha e ele
fica. A pessoa líder pouco evolui. Ele olha muito seus feitos e quer aplicar a
mesma metodologia numa sociedade evolutiva.
Aí
teremos um problema. O líder não vai compreender a sociedade e nem a sociedade
vai compreendê-lo. Não vejo a figura do líder sendo desejada na volta, mas não
tem como negar que o Wilson é o que mais tem conteúdo e experiência que todos
os outros.
MidiaNews – Na reta final, se pudesse ajudar na reflexão do processo, o
que diria aos eleitores?
Onofre Ribeiro – Diria que quatro anos perdidos em Minas Gerais são quatro anos. Em
Cuiabá, são 20. Ou seja, é muito tempo.
No meu
ver, as melhores gestões de prefeituras foram em 1979 e agora, com Mauro
Mendes. Isso vai ser interrompido e vamos retroceder.