domingo, 17 de junho de 2012

DITADURA - DILMA ROUSSEFF REVELA DETALHES DO SOFRIMENTO VIVIDO NOS PORÕES DA DITADURA




Por: Correio Braziliense

























"Me deram um soco e o dente deslocou-se e apodreceu", conta Dilma Rousseff.
A presidente Dilma Vana Rousseff foi torturada nos porões da ditadura em Juiz
de Fora, Zona da Mata mineira, e não apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro,
como se pensava até agora. Em Minas, ela foi colocada no pau de arara
apanhou de palmatória, levou choques e socos que causaram problemas
graves na sua arcada dentária. É o que revelam documentos obtidos com
exclusividade pelo Estado de Minas , que até então mofavam na última
sala do Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG).
As instalações do conselho ocupam o quinto andar do Edifício Maletta,
no Centro de Belo Horizonte. Um tanto decadente, sujeito a incêndios
e infiltrações, o velho Maletta foi reduto da militância estudantil 
nas décadas de 1960 e 70.
Perdido entre caixas-arquivo de papelão, empilhadas até o teto, repousa
 o depoimento pessoal de Dilma, o único que mereceu uma cópia xerox
entre os mais de 700 processos de presos políticos mineiros analisados
pelo Conedh-MG. Pela primeira vez na história, vem à tona o testemunho
 de Dilma relatando todo o sofrimento vivido em Minas na pele da militante
política de codinomes Estela, Stela, Vanda, Luíza, Mariza e também
Ana (menos conhecido, que ressurge neste processo mineiro).
Ela contava então com 22 anos e militava no setor estudantil do
 Comando de Libertação Nacional (Colina), que mais tarde se
fundiria com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR),
dando origem à VAR-Palmares.
As terríveis sessões de tortura enfrentadas pela então
 jovem estudante subversiva já foram ditas e repisadas
 ao longo dos últimos anos, mas os relatos sempre se referiam
ao eixo Rio-São Paulo, envolvendo a Operação Bandeirantes,
a temida Oban de São Paulo, e a cargeragem na capital fluminense.
Já o episódio da tortura sofrida por Dilma em Minas, onde, segundo
ela própria, exerceu 90% de sua militância durante a ditadura,
tinha ficado no esquecimento. Até agora.
Com a palavra, a presidente: “Algumas características da tortura.
 No início, não tinha rotina. Não se distinguia se era dia ou noite.
Geralmente, o básico era o choque”. Ela continua: “(…) se o
interrogatório é de longa duração, com interrogador experiente,
 ele te bota no pau de arara alguns momentos e depois leva para
 o choque, uma dor que não deixa rastro, só te mina. Muitas vezes
usava palmatória; usaram em mim muita palmatória. Em São Paulo,
usaram pouco este ‘método’”.

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