sexta-feira, 4 de maio de 2012

POLÍCIA PROCURA 23 POR DESVIOS DA CONTA ÚNICA; DOMÉSTICAS FORAM USADAS



A Operação “Vespeiro”, deflagrada nesta quinta-feira, 3, prendeu 15 pessoas envolvidas em um esquema de desvios de recursos públicos da conta única do Estado, em  transações ocorridas por meio do Sistema BBPAG. O “rombo” pode chegar a R$ 18 milhões – mas há informações de que pode ser ainda maior o desfalque. Entre as pessoas presas estão três domésticas, usadas como “laranja” no esquema. Ainda faltam prender 23– que também tiveram decretada prisão temporária pela Justiça. “O Governo de Mato Grosso fecha definitivamente um mecanismo por meio do qual eram desviados recursos dos cofres estaduais”, frisou  o auditor-geral do Estado, Jose Pereira Filho, durante coletiva de imprensa.
Na lista dos que estão foragidos, divulgada pela Polícia, aparecem os nomes de Edilza Maria de Freitas Curvo, Silvan Curvo, Magda Mara Curvo Muniz, Edson Rodrigo Ferreira Gomes, Glaucyo Fabian Oliveira Nascimento Ota, Girlayne Oliveira Nascimento Ota, Vicente Ferreira Gomes, Albina Maria Auxiliadora Gomes, Thais Gonçalves Mariano, Dijalma Moura da Silva, Elizabeth Alves da Guia, Helder da Silva Luzardo e Luca da Silva Luzardo. Os mandados foram expedidos pelo juiz José de Arimateia, titular da Vara Especializada de Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública da Comarca de Cuiabá.
As invest~igações revelaram a ligação de 5 servidores públicos e três terceirizados no esquema. Conforme o delegado titular da Delegacia Fazendária, Rogério Modeli, a chefe do esquema era a servidora da Secretaria de Estado de Fazenda, Magda Mara Curvo Muniz, coordenadora da Conta Única. A servidora montou uma lista de supostos credores do Estado e passou a efetuar pagamentos nas contas bancárias dessas pessoas por meio de transferência da conta única. As pessoas eram cooptadas pelo esquema sob promessas, inclusive de casas do programa habitacional.
As investigações da Polícia Civil iniciaram em fevereiro de 2011 com requisição do Ministério Público Estadual que relatava que uma servidora da Sefaz tinha patrimônio incompatível com seus rendimentos e depois o serviço de Inteligência da Polícia Civil encaminhou documento confidencial que uma pessoa empregada doméstica identificada por Tânia Regina Lopes, que está foragida, recebia créditos em sua conta corrente sem vínculo algum com o Estado.
O delegado frisa que o relatório da Auditoria identificou um rombo de 12, 9 milhões, mas pode chegar a R$ 18 milhões, de recursos desviados no período de 2007 a 2011.
No levantamento da Auditoria Geral do Estado foram identificadas 32 pessoas que estavam recebendo recursos públicos sem nenhuma relação com o Estado, referente ao período de 2010 a 2011. No entanto, a Auditoria verificou que a fraude ocorria desde 2007. “Encontrou várias pendências de pagamentos não feitos à conciliação. Tudo que é pago tem que conciliar na contabilidade e isso ia gerando pendências”, explicou a delegada Cleibe Aparecida de Paula.
“Investigamos cada um deles, para saber sua ligação com os servidores que operavam o esquema, quem manipulavam e quem era beneficiário. Agora as investigações continuam com a análise do material apreendido e os interrogatórios”, complementou o delegado Rogério.
O delegado geral da Polícia Civil, Anderson Garcia, também ressaltou a importância da ação do Estado que cessou um ciclo de desvios de dinheiro público e frisou a atuação da Polícia Civil frente a demais crimes que afetam a sociedade mato-grossense. “A Polícia Civil vem trabalhando de forma eficaz e integrada com os demais órgãos do Estado e da Justiça”, declarou.
Conforme o auditor geral do Estado, José Alves Pereira Filho, tão logo foi identificado os problemas nas transações ocorridas por meio do Sistema BBPAG, o governador Silval Barbosa proibiu a utilização da ferramenta para a realização de pagamentos pelos órgãos e entidades da administração estadual. Com a edição do decreto 958, de janeiro de 2012, posteriormente alterado pelo decreto 1.047, todas as transações do Governo do Estado passaram a ocorrer obrigatoriamente por meio do Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças do Governo do Estado (Fiplan), inclusive a folha de pagamento dos servidores públicos, que será totalmente incorporada ao sistema neste mês de maio.
 24 Horas News

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