sexta-feira, 9 de março de 2012

CLÍNICA É LACRADA E MÉDICO PRESO PELA PF; ABORTO CUSTAVA ENTRE R$ 800 E R$ 3 MIL



Foto: Divulgação / PF

A Polícia Federal  conseguiu juntar provas no inquérito depoimentos de mulheres que confessaram ter pago, de R$ 800,00 a R$ 3.000,00 por procedimentos abortivos em uma clínica fechada nesta sexta-feira, 9, pela Polícia Federal, na cidade de Barra do Garças, na divisa entre Mato Grosso e Goiás. A clínica pertence ao médico médico Orlando Alves Teixeira, preso na operação policial denominada “Pró-Vita”. A clínica estava com alvará sanitário vencido. A  clínica fazia exames de ultrassonografia.

Os agentes e policiais federais encontraram na clínica  medicamentos contrabandeados, vencidos, medicamentos do Sistema Único de Saúde - SUS, blocos de receituários do SUS, remédios e materiais cirúrgicos próprios para realização de abortos. e medicamentos restritos diversos.
Na clínica, a PF encontrou ainda medicamentos e instrumentos utilizados em procedimentos cirúrgicos como agulhas espinhais e anestésicos, entre os quais  Propofol  e Morfina, além de anestésicos locais e  agulhas para anestesia espinhal. Originalmente, o estabelecimento tinha autorização para produzir consultas médicas e realização de ultrassonografias, que não necessitam de anestesias.
No mesmo espaço físico dos remédios proibidos, os fiscais identificaram o produto Novormon injetável, de uso exclusivamente veterinário. O material estava numa geladeira junto de alimentos e outros remédios, segundo a assessoria da Polícia Federal.  Entre os produtos contrabandeados, foi localizado o remédio Misoprost-200, de uso ilegal no Brasil, usado em abortos.
Quanto aos medicamentos do SUS, a Secretaria Municipal de  Saúde informou que a clínica não possuía acordos com o munícpio, portanto, não deveria haver materiais da rede pública no local.
As investigação da Policia revelaram a existência de uma rede criminosa, dividida em duas ramificações que interagiam nas práticas dos crimes. A primeira, voltada para a importação e distribuição de medicamentos de origem estrangeira sem o necessário registro na Anvisa para farmacêuticos e médicos da região. Os remédios são de circulação proibida no país e utilizados como abortivos, remédios para tratamento de obesidade e disfunção erétil. A segunda ramificação é composta por médicos e pessoas associadas, acusados de realizarem procedimentos abortivos mediante recebimento de vantagens financeiras.
Médicos envolvidos no esquema, segundo investigações da PF,  utilizavam os medicamentos ilegais, fornecidos por farmacêuticos e importadores de remédios, na estrutura do serviço público de saúde: os materiais e equipamentos do Hospital Municipal de Barra do Garças. Além do crime de aborto, eles cobravam pela realização de procedimentos médicos custeados pelo Sistema Único de Saúde - SUS
 Edilson Almeida
Redação 24 Horas News

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